álbum e faixa
ETA: *algures = praí #30 vá... LOL
álbum e faixa
ETA: *algures = praí #30 vá... LOL
10. An Education (Lone Scherfig, 2009)
9. I Am Love (Luca Guadagnino, 2009)
8. Mother and Child (Rodrigo García, 2010)
7. Black Swan (Darren Aronofsky, 2010)
6. The Kids Are All Right (Lisa Cholodenko, 2010)
5. Toy Story 3 (Lee Unkrich, 2010)
4. Dogtooth (Giorgos Lanthimos, 2009)
3. A Single Man (Tom Ford, 2009)
2. Bright Star (Jane Campion, 2009)
*drumroll*
1. Never Let Me Go (Mark Romanek, 2010)
aproveito para desejar aos quatro habituais leitores (os outros dois terão morrido já) uns votos de Boas Festas, e que 2011 nos traga coisas boas, porque nós merecemos. E mesmo que não mereçamos, elas que venham. Portem-se mal, mas não se esqueçam de escovar bem os dentes e usar fio dentário (ou será fio dental?) todas as noites ok? Inté pro ano :)
ETA: Sai Inception, entra Mother and Child, heh.
Há filmes que ultrapassam qualquer critério simplista de avaliação, simplesmente porque foram aqueles que marcaram o nosso crescimento, de tal modo que ainda hoje nos surpreendemos como é que foram/são tão mal encarados. E sempre que dão na televisão, ficamos a vê-los, lembrando-nos exactamente de cada cena, cada gesto, tal foi o que assimilámos. Lembro-me imediatamente de três: "Switch" do recentemente falecido Blake Edwards, "My Girl" com o Macaulay Culkin a beijar uma instantaneamente famosa Anna Chlumsky (um caso gritante de "Onde é que pára...?"), e este "Point of No Return", magnífico remake de "Nikita" de Luc Besson, com uma espectacular banda sonora de Hans Zimmer misturada com temas de Nina Simone (terá sido certamente a primeira vez que ouvi falar dela):
Neste caso, é talvez ainda maior o fascínio, uma vez que da primeira vez que apanhei o filme (antes de ver o original, claro), a gravação tinha parado pouco depois desta cena. E portanto, voltava a rever o filme e a imaginar o que podia acontecer a seguir...
P.S. - existe alguma possibilidade da Bridget Fonda voltar ao ecrã? (e que traga também a tia com ela, já agora) :(
Principais choques do ano:
- A presença indirecta de David Guetta no top, via "Flesh Tone" de Kelis.
- KT Tunstall a virar-se para a música electrónica tribal, em algo que se chamou "nature techno" lol, e a safar-se espectacularmente bem - não tivesse o ano sido o melhor que me lembro (e também o que ouvi mais música), e estaria uns lugares mais acima...
- Apenas uma mulher no top 5 (Laura Marling em 3º) :D embora no top 30 haja mais mulheres/bandas com mulheres vocalistas que homens (17 vs. 13).
30. Bryan Ferry - Olympia
29. Crystal Castles - Crystal Castles II
28. Diamond Rings - Special Affections
27. Yeasayer - Odd Blood
26. Sufjan Stevens - All Delighted People (EP)
25. John Grant - Queen of Denmark
24. OMD - History of Modern
23. New Young Pony Club - The Optimist
22. Kelis - Flesh Tone
21. KT Tunstall - Tiger Suit
20. Natalie Merchant - Leave Your Sleep
19. School of Seven Bells - Disconnect from Desire
18. Charlotte Gainsbourg - IRM
17. Erykah Badu - New Amerykah Part II
16. Scissor Sisters - Night Work
15. Jónsi - Go
14. Janelle Monae - The Archandroid
13. Zola Jesus - Stridulum/Stridulum II
12. Robyn - Body Talk
11. Laurie Anderson - Homeland
10. Beach House - Teen Dream
9. Massive Attack - Heligoland
8. Joanna Newsom - Have One on Me
7. Glasser - Ring
6. Goldfrapp - Head First
5. Hot Chip - One Life Stand
4. Royksopp - Senior
3. Laura Marling - I Speak Because I Can
2. Owen Pallett - Heartland
1. Sufjan Stevens - The Age of Adz
banda sonora: Rachel Portman - Never Let Me Go
álbum nacional : Deolinda - Dois Selos e um Carimbo (também confesso que foi o único que ouvi com atenção)
1. Massive Attack (feat. Hope Sandoval) - Paradise Circus
2. Owen Pallett - E is for Estranged
3. School of Seven Bells - ILU
4. Robyn - Dancing on my Own
5. Crystal Castles - Celestica
6. Bat for Lashes and Beck - Let's Get Lost
7. Sufjan Stevens - I Want to Be Well
8. Scissor Sisters - Invisible Light
9. Laurie Anderson - Another Day in America
10. Laura Marling - Blackberry Stone
também magníficas:
- Hot Chip - Take it In
- Zola Jesus - Night
- Joanna Newsom - Good Intentions Paving Company
- New Young Pony Club - Stone
- Royksopp - Senior Living
- Goldfrapp - Dreaming
- Kelis - 4th of July (Fireworks)
- Glasser - Apply
- Yeasayer - O.N.E.
- Beach House - Silver Soul
- Natalie Merchant - Nursery Rhyme of Innocence and Experience
- Charlotte Gainsbourg - IRM
- Erykah Badu - Window Seat
- Arcade Fire - Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)
- Deolinda - Não Tenho Mais Razões
- KT Tunstall - Push that Knot Away
- Katie Melua - The Flood
- Janelle Monae - Cold War
- Blonde Redhead - Love or Prison
- Jónsi - Go Do
- James Blake - Limit To Your Love
- OMD - The Right Side?
- The National - Afraid of Everyone
- The Knife - Colouring of Pigeons
- John Grant - Marz
- Devo - Fresh
- Sade - Soldier of Love
Posso dizer que já não me sentia tão positivamente abalado com um filme sobre a eminência da morte desde "Le Temps Qui Reste" do François Ozon. Posso também dizer que os criticismos seriam mais válidos se partissem de alterações que o filme tem em relação ao igualmente brilhante romance de Kazuo Ishiguro e não algo do género "Porque é que eles não fugiram?". A sério, ugh....(culpo os filmes de Michael Bay e 90% da ficção científica)
P.S. - Criticar o voiceover final é estúpido, embora compreensível - dada a esmagadora subtileza de muito do que vem atrás, pode-se sentir que é um pouco explicado (certamente um pouco mais explicado que no livro). Whatever.
O realizador russo Andrey Konchalovskiy é hoje em dia um nome completamente desconhecido até para cinéfilos mais atentos. Mas nos anos 80, era um dos nomes promissores da indústria cinematográfica norte-americana. "Runaway Train", "Shy People", "Duet for One"... "Tango & Cash" (eheh)...
Konchalovskiy mudou-se para os Estados Unidos após aclamação na sua terra natal. "Maria's Lovers" foi o seu primeiro filme em território americano, e desde cedo se revela algum estrangeirismo (e não é só nas personagens) nesta história de um ex-combatente (John Savage) que volta finalmente à sua terra e se decide casar com o seu eterno amor, a angelicalmente virgem Maria (Nastassja Kinski). Só que o amor que sente por Maria não consegue ser consumado.
O filme cruza traumas de guerra e desejo imaginado vs. desejo real, com algum simbolismo que não será propriamente muito subtil e até algum que nem se sabe até onde pode dar (uma rata ensanguentada....hmmmmmm). A imagem de uma cadeira num monte repete-se, lembrando o culminar de um amor, e um desejo não concretizado. Mas Konchalovskiy reune aqui uma sensualidade e erotismo desconcertantes de uma América que já não existe, num contraste curiosíssimo com a premissa do filme, e tem a sorte de ter actores não só para encorporar uma imagem de lúxuria anti-climática como dotados de todo um potencial dramático que empurra o filme para um patamar superior. Impossível não acreditar no amor que estas duas personagens sentem. E impossível não me perguntar o que é que terá acontecido exactamente às carreiras de John Savage e Nastassja Kinski para nunca terem levantado o voo merecido...
As duas mães, interpretadas por duas actrizes no topo das suas carreiras (Annette Bening e Julianne Moore), e os seus dois filhos, cada um concebidos com o (bom) esperma de Mark Ruffalo, formam afinal uma família bastante unida... pelo menos até ao dia em que mais um elemento entra nas suas vidas e começa a destabilizar. Uma histórica tipicamente americana, tipicamente humana, com o toque extra de humanidade e tacto que raramente se viu no ecrã nestas circunstâncias. As situações que o filme vai colocando são hilariantes e gritam por atenção, mas não da forma gratuita que nos vamos habituando a ver. O filme acaba por merecer as gargalhadas, e as personagens que as ocupam. E quanto às "peripécias" que vão surgindo e à resolução que o filme vai tomando, talvez o possível grande ataque que vai tendo dos poucos detractores, basta dizer que não me pareceram de todo forçadas, pelo menos não tão forçadas como qualquer "affair" que se veja no dia-a-dia... a sexualidade humana é assim manhosa, afinal de contas.
A disfuncionalidade familiar revê-se agora num novo paradigma. Duas lésbicas também têm sexo (por vezes com os estímulos mais confusos). E também acabam por não tê-lo, na altura em que deviam ter. E também têm problemas maritais, como consequência disso. Quem diria... "The Kids Are All Right" não só é um melhores filmes de 2010 como sociologicamente cronica uma nova etapa de evolução humana no grande ecrã, à imagem do que um pequeno título como "Guess Who's Coming to Dinner" anunciava em 1967.
Quem não tem medicamentos que ficam anos semi-gastos até repararmos neles e verificarmos que já passaram de prazo de validade? E aí, pronto, não há mais nada a fazer. É pegar num saco e levá-los até à farmácia mais próxima.
Pois eu trago uma solução. Com o Natal já quase a chegar - e o Natal dos Hospitais ainda mais perto, e com o bicho da "crise" ainda em alta, convém não gastar muito em prendas. Mas o espírito de troca de prendas nunca deve parar. Sendo assim, que tal trocar medicamentos? Precisa de um Flameril? Eu preciso de um Valium - ou um Valdispert. vá, se não der outra coisa.
Desaparecia o factor aleatório da prenda - afinal, há que tentar dar a quem realmente precisa. E se não houver acordos mútuos a troca não se realiza. Claro que, como em qualquer troca de prendas, deve-se estipular um montante monetário limite (20 euros, por exemplo), para não gerar grandes desigualdades. E Ben-u-ron's não deviam entrar, nesse caso (são baratos, encontram-se em qualquer farmácia, e toda a gente tem pelo menos uma caixa em casa, de qualquer das maneiras). E claro, ter um nº mínimo de comprimidos. Ninguém quer só 2 ou 3.
Já me doeu a cabeça. Hoje dói-me o peito. Enquanto desço a rua, relembro flashes. A minha irmã a gritar-me "bicha homossexual" repetidamente sendo eu ainda puto, numa lengalenga melódica. A minha mãe, que numa daquelas discussões que só vai desaparecer quando o Alzheimer me corroer o disco aos 60 anos (se chegar lá...), a dizer que mais valia não me ter tido. Falsos sonhos. Falsas alucinações. Lembranças.
Afinal, o que é que tenho aqui que valha realmente a pena? Será que estou realmente a aproveitar a minha vida? Termino um curso, digo umas piadas, ganho conhecimentos diversos, finjo que sou alguém, para quê? Sou feliz? Sou triste? Não consigo responder. Também, para quê aproveitar, se mais cedo ou mais tarde seremos todos alimento para minhocas? Talvez seja por isso que seja preciso existir Deus. Se existir de facto algo superior e exterior a nós, espero que pelo menos se esteja a divertir com o espectáculo. Eu também vou tentando apreciar a vida humana, com os seus altos e baixos, às vezes de uma forma passiva, de uma consciência que preferia não ter - de que mais cedo ou mais tarde, também eu irei morrer.
Foram dois filmes, por dois euros no total. Melhor negócio, só quando encontrei o Vespertine da Bejorca na Worten por 99 cêntimos. Ou quando encontrei aqueles dois euros na máquina dos bilhetes do metro... Mas vamos aos filmes então.
Le Refuge
François Ozon sabe como filmar mulheres, está mais que provado. (Mulheres e gays, vá.) Nesta sua mais recente longa-metragem, o realizador volta à figura feminina como centro da narrativa, aproveitando jogar com o ciclo de vida humana - uma morte que por sua vez gera vida, para com ele introduzir figuras desencontradas, que buscam um sentido existencial durante este ciclo. Nada de aparentemente extraordinário ou original, mas como aconteceu com outros dos seus filmes - mais precisamente com o thriller "Swimming Pool" ou o melodrama "Le Temps Qui Reste", a sinopse é enganadoramente simplista, e é apenas um ponto de partida para um caminho que prima em desconstruir relações humanas, afastando-se de telenovelismos e resoluções fáceis.
Merecidíssimo prémio especial do Júri em San Sebastián, "Le Refuge" tem data de estreia marcada já para a próxima semana.
4/5
Ma Saison Préferéé
E por falar em relações humanas sérias e "vivas"... eis um dos filmes mais aclamados de André Techiné. Sendo esta a minha primeira amostra deste realizador, posso dizer que fiquei rendido, e a querer descobrir mais do seu cinema (a Cinemateca Portuguesa está a ajudar, com o ciclo que planeia passar toda a sua filmografia ao longo do próximo mês).
Uma família, várias gerações. Uma matriarca que subitamente desmaia é a desculpa para que dois irmãos (Catherine Deneuve e Daniel Auteuil, magníficos) se reencontrem, levando-os a reviver memórias passadas, ao mesmo tempo que tentam lidar com um presente cada vez menos linear... Mais uma vez, nada que à partida consiga fazer alguém abrir a boca de choque, e mais uma vez, um cenário "familiar" é totalmente reavivado graças a um argumento e uma direcção invejáveis, e que deixam marcas em qualquer um que tenha a sorte de presenciar tamanho presente. Diz Techiné que o filme é autobiográfico. Olhando para as personagens aqui presentes e para as situações de vida aqui retratadas, diria que é um filme acima de tudo universal.
5/5
Eu gostava mesmo de saber o que é que estações de comboios como Campolide têm a mais que as outras não tenham.
Passo a explicar: esta é daquelas raras estações urbanas/suburbanas que ainda hoje se anuncia a diferença entre o chão e a plataforma do comboio. Ora, isto leva-me a pensar: "Será a distância realmente maior?" É que eu confesso: ainda não saí em Campolide, e quando sair será com uma fita métrica, para desvendar este mistério de uma vez por todas...
Outro exemplo, agora no metropolitano, é a estação de Marquês de Pombal. O mais estranho é que o aviso aqui foi colocado de um dia para o outro. Parece arrepiante? It gets creepier. Não me recordo de outra estação de metro com semelhante aviso. E neste caso, não vejo mesmo qualquer diferença, milimétrica que seja, entre a plataforma do Marquês e, digamos, a plataforma de Bela Vista.
P.S. - e o tom de voz jocoso da senhora a dizer "cuidado com o degrau"? credo...
How do we begin again? How do we begin?
Another Day in America - Laurie Anderson
enviada à Plural, produtora da série "Morangos com Açucar". Incentivo a cada um fazer a sua.
__________
ok, o orçamento era capaz de ser um pouco mais puxado. Além disso, seria tudo tão bom que se iriam ter de tomar decisões tão complicadas como a de Sofia (de salvar um dos seus filhos): Ladytron e Goldfrapp ou NIN? Junior Boys e Hot Chip ou Prince? Acima de tudo, estamos a falar de artistas que se dirigem ao mesmo público alvo. Adivinhava-se alguma chacina se um cartaz como este fosse concretizado...
E vocês, que bandas gostariam de ver num Festival? Qual seria o vosso alinhamento de sonho?
Hal Hartley é subestimado. Existem muito poucos realizadores capazes de fazer duas obras-primas logo nas duas primeiras longas-metragens, e Hartley é um deles (com este filme e "Trust").
(Ainda é muito estranho pensar que Adrienne Shelly já não se encontra por cá... :( )
e agora tenho um dilema se devo ou não gostar do David Guetta.
Raisparta.
1) de acreditar facilmente em petas;
2) de me interessar facilmente por pessoas;
3) de jogar a porra do jogo das jóias no Facebook;
4) de ouvir Ladytron;
5) de visitar o Facebook umas 23 vezes por dia, ponto;
6) de pensar no que é que eu tenho de parar de fazer
Playgirl, why are you sleeping in tomorrow's world, hey playgirl
playgirl, why are you sleeping in tomorrow's world, hey playgirl
playgirl, choking on cigarettes to get you along, hey playgirl
os olhos hipnotizantes de Helen Marnie, o ritmo simultaneamente familiar e fresco, as lyrics.... É Maio, e parece ser um bom período para descobrir Ladytron.
Isto poderia passar por uma piada de 1 de Abril 21 dias atrasada, não fosse de facto real. Bem real.
Sociedade de merda, que ainda vem argumentar com "lobbies gay", e desdramatizar uma situação destas, quando na volta são os primeiros a atirar uma pedra se virem dois rapazes ou duas raparigas a beijarem-se em público.
*fim de desabafo pessoal*
#57: Dar a entender que a paixão é totalmente correspondida durante os primeiros 3 encontros - onde se dá sempre a iniciativa quer para beijos quer para futuros encontros, alimentar, e depois não dizer absolutamente nada os dias seguintes, mesmo quando se insiste em ligar para o telemóvel... Works every time.
Postem aqui uma que possam ter sofrido recentemente ou há muito tempo - as 6 pessoas que me lêem (uma vez que o cão que está aí ao lado não conta...).
Se ha uns meses atras me dissessem que a Katie Melua gravaria um single mais que decente, mandava/os verificar o seu estado mental no minimo dos minimos.
Mas eis que estamos em Abril de 2010 e Katie cria um dos singles e videos mais fascinantes de um ano em si ja rico de confirmacoes.
*esta msg foi escrita num teclado marado que troca acentos por ]-s e afins. Go me...
Brilhante. Atenção que o trailer abaixo spoila um pouco a coisa. Está neste momento nos canais TVCine. Preparem as boxes :)
INT. CASA - HOJE DE MANHÃ
Pai: Podias ter reparado que a cadela tinha espatinhado a cozinha toda (de mijo). Foi a pior coisa que fizeste. Mais valia teres ficado quieto.
(Feliz Dia do Pai, embora por vezes sinta que falhou algo - afectivamente, quero eu dizer, ainda foste tu a conceber-me I guess...)
Eram 9 pessoas à mesa de um restaurante típico português. Todas com a mesma idade, e todas com algo em comum: há mais de 15 anos atrás, partilharam a mesma turma do Jardim-Escola, uma turma de primária que agora pertence a outra encarnação.
Talvez isso explique o facto de me considerarem o mais diferente do grupo. É verdade que mudei. Muito. E não só fisicamente.
Eu era o puto calado, "introvertido", preso à trela da minha mãe (trela essa que se estenderia até ao secundário, e até aos dias de hoje financeiramente...). "Tu não falavas", disse-me uma colega que se casou já no ano passado. O casamento de uma das pessoas faz-me finalmente sentir o peso da idade, por assim dizer.
Lembro-me das festas, das brincadeiras que tivemos (nomeadamente brincarmos aos professores, em que tu, Rita eras das pessoas que corrigia ditados e contas), dos acidentes, das poucas visitas de estudo que podia ir, das actividades de tempos livres, dos casalinhos que eram atribuídos, e anos mais tarde de ter também a consciência que já ali tive uma paixoneta por um puto no bibe azul, que entretanto saiu logo a seguir, a qual veio a ser negada por muitos bons anos... Esta última parte não conto assim muitas vezes, e também sentia-me mal por despejar isto de uma assentada, quando, apesar de essencial à minha pessoa, não é só o que sou. (mas lá está, o título do blogue...)
Lembro-me até de ter sido mandado para a rua, por um ataque de riso, na 4ª classe. Foi a primeira e última vez, e talvez merecesse. :) Os outros ataques ("coisas de putos", dirão uns), potencialmente mais traumáticos, também ficaram, mas numa gaveta mais próxima do inconsciente. Não vale a pena trazermos esses para a conversa. Afinal, não fui só eu a mudar nos últimos 15 anos...
Obrigado a todos pela noite.
"Head First" é o quinto álbum de Goldfrapp, que para quem ainda não saiba, é um duo composto por Alison Goldfrapp e Will Gregory, e não apenas a primeira, e não apenas a primeira a cantar e o segundo a mexer nuns instrumentos. É um trabalho de verdadeira cooperação, como a música pop mais alternativa não via num duo desde os bons tempos (sobretudo iniciais) dos Eurythmics.
Nos últimos 10 anos, Alison e Will trouxeram-nos um primeiro ovni musical ("Felt Mountain"), seguido de um segundo álbum completamente diferente, já a brincar com o electrónico ("Black Cherry"), e outro com glam à mistura ("Supernature"). Como se não estivessem ainda satisfeitos, ao quarto álbum voltaram-se para um folk psicadélico reminiscente de uns Beatles, com uns vocais que por vezes faziam lembrar Liz Fraser dos Cocteau Twins - o magnífico "Seventh Tree".
Quintos álbuns são geralmente uma sentença de morte do artista. Sobretudo quando recusam seguir as regras do negócio, e vão alienando facções a facções com cada rumo diferente que seguem. Sobretudo quando a editora pede já um "Greatest Hits"...
Se fossemos a reduzir, diriamos que "Head First" seria um retorno aos tempos electrónicos de "Black Cherry" e "Supernature". Errado. O álbum usa desta vez os sintetizadores para atingir um efeito verdadeiramente jubilante e optimista, mas por outro lado, mais fácil de ser atacado por cínicos que um gajo a cantar Rod Stewart como serenata ao seu amor.
Alison está verdadeira apaixonada - como os tablóides fizeram questão de salientar e esmiuçar, por uma outra mulher, sim. Talvez todo o álbum seja uma prova de que se podem fazer álbuns magníficos a partir do amor, e não só a partir do desgosto.
"Rocket", o primeiro single, usa sintetizadores que parecem ter sido tirados de Van Halen. Ao longo de 9 faixas que passam num instante, o álbum referencia nomes que vão desde os ABBA (sendo a faixa título o maior exemplo), Olivia-Newton John, Laura Branigan, ELO, Billy Joel até Suicide, Laurie Anderson, Vangelis (faixas "Shiny and Warm" e "Voicething" respectivamente) , Kate Bush e Giorgio Moroder ("Hunt"), e por aí adiante. Ou seja, basicamente todo o espectro de uma década, com uma enfase arriscada no que hoje é considerado "queijoso" ou "azeiteiro". Alvo fácil, portanto.
Se Alison e Will decidissem jogar pelo seguro, certamente não se teriam metido por estes terrenos. Jogar pelo seguro aqui seria refazer qualquer um dos outros álbuns, ou ficar-se pelo lado consensual dos 80s. A verdade é que até à altura, Goldfrapp permanecem um dos maiores grupos da cena contemporânea (e o meu duo favorito de sempre) por um grande motivo: nunca repetiram um estilo, e no entanto o álbum seguinte soa sempre como uma "progressão" do anterior (embora "Felt Mountain" ainda seja justamente posto num nível superior). E sendo assim, temos missão mais que cumprida, mais uma vez. :)
Aqui: http://musicfascination.com/2010/03/17/katie-melua-debuts-new-single-“the-flood”/
*queixo caído*
se o álbum for assim tão bom, estamos perante uma das surpresas mais agradáveis dos últimos anos. Quem diria?
a tarde e a más horas, mas a dar (em princípio). Hoje às 2:08 na RTP1. Gosto sempre destas "horas certas" lol...
e metem-me duas bombas num só dia. LOL
ora, sendo rápido:
E............
http://www.nobodysdaughter.com/ é aproveitar e fazer download ainda hoje
A frase: "se houver casamentos entre homens e homens e mulheres e mulheres, quer dizer, daqui a 10 anos não haverá Portugal. Ponto final" LOOOOOOOOOOOOOOOOOOL
EDEN LAKE: Movie Trailer - The funniest home videos are here
Este sim é o filme de terror da década. Este é o verdadeiro Eden assustador, sem necessidades de andar com conversações pseudo-intelectuais sobre religião e o papel das mulheres na sociedade.
Cru, visceral, actual. Assustador, e arrepiante em retrospectiva, sobretudo quando levado a sério e transportado para o mundo real. E céus, se não consegue pôr a natureza humana mais em cheque que o filme de Von Trier e as suas mutilações repentinas, chocantes e traumáticas, mas também algo inconsequentes...
P.S. - Gostaria de agradecer a todos os visitantes tímidos. O blogue acabou de ultrapassar as 1000 visitas no espaço de dois meses. São cerca de 16 visitas diárias em média. (com o grande recorde de 36 no dia 6 de Fevereiro... hmmmmmm). Não quis criar um novo post de propósito, não sou assim tão diva :D
e
?
A comparação vai ficando cada vez mais assustadora à medida que vou descobrindo Eurythmics.
Senão vejamos:
1. Ambas as bandas começam uma década com um primeiro álbum peculiar, menos comercial, que faz gerar desde logo um culto tremendo, e que muitos até dirão que é ainda hoje o seu melhor trabalho - "In the Garden" vs. "Felt Mountain"
2. Ambas as bandas atingem sucesso comercial ao 2º album. "Sweet Dreams" e "Black Cherry"
3. Após trabalho incrivelmente sólido, mas já a dar atenção aos fãs, fazem um album incrivelmente maduro ("Seventh Tree" vs. "Savage") e mais desconectado das massas, mas que depressa também reune os seus apoiantes. Há muitas vozes sonantes a defender que poderá ser o melhor trabalho da banda, novamente, embora outras se fiquem por uma reacção mais indiferente, queixando-se que a banda já não é a mesma que foi no 1º album. Um álbum que embora gere um consenso muito positivo, acaba por se perder nas listas da década, e por ser algo esquecido...
Espero que isto não signifique que os Goldfrapp terminem tão cedo, e Alison Goldfrapp não precise de se lançar a solo. A parceria continua a dar frutos bem saborosos, mesmo numa faceta já "pop". "Rocket" é mais que Van Halen ou Laura Branigan - é algo que os "Eurythmics" teriam lançado se tivessem achado um portal para o início dos anos 10 após terem feito o "Thorn in My Side", e estivessem apenas há poucos meses cá. E tivessem igualmente achado piada a usar um pouco do sintetizador de "Jump", sim, "for ol' times sake".
Eurythmics - Thorn In My Side (Official Music Video) - More bloopers are a click away
video do "Rocket" anytime now, espero.
P.S. - e sim, isto significa que a RFM vai tocar Goldfrapp daqui a uns 20 anos ainda mais do que toca agora. :simsim:
Podiam simplesmente chamar "Dia da Disfunção" (erectil, consumista, etc.), e resolvia-se logo o assunto.
Como diria Margarida Rebelo Pinto, "não há coincidências".
I'm fine.
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