quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Cinema francês em alta (aka Droide in a quickie tour to Festa do Cinema Franciú)

Foram dois filmes, por dois euros no total. Melhor negócio, só quando encontrei o Vespertine da Bejorca na Worten por 99 cêntimos. Ou quando encontrei aqueles dois euros na máquina dos bilhetes do metro... Mas vamos aos filmes então.


Le Refuge



François Ozon sabe como filmar mulheres, está mais que provado. (Mulheres e gays, vá.) Nesta sua mais recente longa-metragem, o realizador volta à figura feminina como centro da narrativa, aproveitando jogar com o ciclo de vida humana - uma morte que por sua vez gera vida, para com ele introduzir figuras desencontradas, que buscam um sentido existencial durante este ciclo. Nada de aparentemente extraordinário ou original, mas como aconteceu com outros dos seus filmes - mais precisamente com o thriller "Swimming Pool" ou o melodrama "Le Temps Qui Reste", a sinopse é enganadoramente simplista, e é apenas um ponto de partida para um caminho que prima em desconstruir relações humanas, afastando-se de telenovelismos e resoluções fáceis. 
Merecidíssimo prémio especial do Júri em San Sebastián, "Le Refuge" tem data de estreia marcada já para a próxima semana. 

4/5



Ma Saison Préferéé



E por falar em relações humanas sérias e "vivas"... eis um dos filmes mais aclamados de André Techiné. Sendo esta a minha primeira amostra deste realizador, posso dizer que fiquei rendido, e a querer descobrir mais do seu cinema (a Cinemateca Portuguesa está a ajudar, com o ciclo que planeia passar toda a sua filmografia ao longo do próximo mês). 
Uma família, várias gerações. Uma matriarca que subitamente desmaia é a desculpa para que dois irmãos (Catherine Deneuve e Daniel Auteuil, magníficos) se reencontrem, levando-os a reviver memórias passadas, ao mesmo tempo que tentam lidar com um presente cada vez menos linear... Mais uma vez, nada que à partida consiga fazer alguém abrir a boca de choque, e mais uma vez, um cenário "familiar" é totalmente reavivado graças a um argumento e uma direcção invejáveis, e que deixam marcas em qualquer um que tenha a sorte de presenciar tamanho presente. Diz Techiné que o filme é autobiográfico. Olhando para as personagens aqui presentes e para as situações de vida aqui retratadas, diria que é um filme acima de tudo universal.  

5/5

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