sexta-feira, 19 de março de 2010

O Jantar

Eram 9 pessoas à mesa de um restaurante típico português. Todas com a mesma idade, e todas com algo em comum: há mais de 15 anos atrás, partilharam a mesma turma do Jardim-Escola, uma turma de primária que agora pertence a outra encarnação. 

Talvez isso explique o facto de me considerarem o mais diferente do grupo. É verdade que mudei. Muito. E não só fisicamente. 

Eu era o puto calado, "introvertido", preso à trela da minha mãe (trela essa que se estenderia até ao secundário, e até aos dias de hoje financeiramente...). "Tu não falavas", disse-me uma colega que se casou já no ano passado. O casamento de uma das pessoas faz-me finalmente sentir o peso da idade, por assim dizer.

Lembro-me das festas, das brincadeiras que tivemos (nomeadamente brincarmos aos professores, em que tu, Rita eras das pessoas que corrigia ditados e contas), dos acidentes, das poucas visitas de estudo que podia ir, das actividades de tempos livres, dos casalinhos que eram atribuídos, e anos mais tarde de ter também a consciência que já ali tive uma paixoneta por um puto no bibe azul, que entretanto saiu logo a seguir, a qual veio a ser negada por muitos bons anos... Esta última parte não conto assim muitas vezes, e também sentia-me mal por despejar isto de uma assentada, quando, apesar de essencial à minha pessoa, não é o que sou. (mas lá está, o título do blogue...)

Lembro-me até de ter sido mandado para a rua, por um ataque de riso, na 4ª classe. Foi a primeira e última vez, e talvez merecesse. :) Os outros ataques ("coisas de putos", dirão uns), potencialmente mais traumáticos, também ficaram, mas numa gaveta mais próxima do inconsciente. Não vale a pena trazermos esses para a conversa. Afinal, não fui só eu a mudar nos últimos 15 anos... 

Obrigado a todos pela noite. 

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