Entrar no 208 (sentido Cais do Sodré-Oriente) é como entrar num local onde nunca saberemos o que haveremos encontrar. Como uma daquelas antigas diversões da feira popular, uma espécie de comboio fantasma mas com menos esqueletos e teias de aranha e mais pessoal ensonado muito curioso, ou um homem que se parece de ter esquecido trazer qualquer calçado, um rapaz que insiste em meter música para ver se o resto da malta acorda, ou então um brasileiro que começa logo a meter conversa amigável na paragem do metro, com as suas tácticas para conquistar moças que envolvem ir de táxi a festas e casamentos (e a baptizados, presumo também...) e que no final lá pensa que somos de outro país (americanos, que não faz a coisa por menos), pois falamos muito rápido ou algo assim do género. E depois temos um motorista que de vez em quando lá põe o pé no acelerador assim do nada e nos presenteia com algumas manobras dignas de piloto de rallys, versão Bus. É muito giro.
De certo modo, esse nível de excitação contrasta com um dia-a-dia mais rotineiro e entediante. E o palpitar de coração sem saber se vamos chegar inteiros a casa é de certo modo a alternativa viável à inexistência de uma Feira Popular nas redondezas.
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