domingo, 27 de maio de 2012

The 80s - Ahead of the curve

Se os novos românticos eram os tipos populares, bem vestidos e pintados de acordo com as últimas tendências, estes 17 artistas/bandas/projectos eram os verdadeiros rebeldes da zona. Desafiaram a norma numa década em que a norma era já em si plena de criatividade... E sim, repito Kate Bush porque posso, e porque soube ser uma senhora da pop E uma mulher constantemente à frente do seu tempo.

Kate Bush - Sat In Your Lap

Laurie Anderson - O Superman

Throwing Muses - Hate My Way


Roxy Music - Running Wild


John Foxx - Underpass


Japan - Methods of Dance



Grace Jones - I've Seen That Face Before (Libertango)


Dexys and the Midnight Runners - Geno



Cocteau Twins - Carolyn's Fingers


Peter Gabriel - Mercy Street


Prince - U Got The Look


This Mortal Coil - Tarantula 


Talking Heads - Burning Down The House


Young Marble Giants - Music For Evenings


The Blue Nile - Easter Parade


Brian Eno - An Ending (Ascent)


Talk Talk - I Believe In You



sexta-feira, 25 de maio de 2012

The 80s - New Kids, New Toys

Novas caras, novo som. Com os sintetizadores aprumados e geralmente bem vestidos e até com maquilhagens agora mais questionáveis, estes senhores sabiam o que faziam, ponto. 

Depeche Mode - Shake The Disease

OMD - Souvenir

A Flock of Seagulls - I Ran (So Far Away)

The Human League - Love Action (I Believe In Love)

Hall & Oates - I Can't Go For That

Duran Duran - Planet Earth

António Variações - Estou Além

Soft Cell - Say Hello, Wave Goodbye

Simple Minds - New Gold Dream

New Order - True Faith

Ultravox - Vienna


David Bowie - Ashes To Ashes


Tears For Fears - Mad World

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O álbum perdido de Donna Summer



Chama-se "I'm a Rainbow". E apesar deste título tão... sugestivo, a sua história guarda uma das decisões mais crípticas vinda de uma produtora discográfica. 

Estávamos em 1981, e Donna Summer estava, podemos dizer confortavelmente, no pico da sua carreira, ainda a viver do sucesso esmagador do sublime "Bad Girls" de 1979. No ano anterior, Summer tinha tomado uma nova viragem, saindo do "disco" para uma roupagem mais new wave/rock (numa clara piscadela de olho a quem agora seguia Debbie Harry) no menos consensual "The Wonderer", mas ainda assim valendo-lhe fortes elogios (a Rolling Stone chamou-lhe na época o seu álbum mais consistente; e mais elogios brotaram de Robert Christgau e da publicação All Music Guide).  

"I'm a Rainbow" é, tal como os seus dois melhores álbuns ("Once Upon a Time" e "Bad Girls") um ábum duplo. A sua editora na altura (Geffen) decidiu metê-lo na prateleira, contra a vontade de Summer. Poderíamos por isso pensar que estávamos perante o início do fim para a cantora. E de certo modo, estávamos. Mas por erro da editora, porque a música aqui permanece tão forte e tão "avant-garde" como há um par de anos atrás. 

Em 18 temas, cabe praticamente tudo, e tudo a fazer um prognóstico de como viria a ser muita da música da década que então começava: ora temos baladas de dançar colado marcadas por um piano sintetizado ou um saxofone (e a maestria da produção de Giorgio Moroder), ora temos a continuação do som "new wave/rock" e Hi-NrG, e pelo meio há ainda espaço para gaitas-de-foles (!) - no hipnótico "To Turn The Stone", ritmos semi-orientais, um dueto com Joe Esposito, e uma "cover" sentida de "Don't Cry For Me Argentina", 15 anos antes da sua sucessora Madonna imortalizar de vez o tema. 

"I'm a Rainbow" marcaria infelizmente a última colaboração entre Moroder (e Bellotte) e Summer. Em 1982, Summer lançaria a continuação "oficial" de "The Wanderer", num álbum homónimo em colaboração com Quincy Jones (que produziu "Thriller" nesse mesmo ano) - este sim, um claro início de uma nova fase ("State of Independence" aparte). O álbum viria a ser lançado quinze anos depois, já quando Summer, já com a sua chama apagada, era tida "apenas" como a cantora de "I Feel Love" - isto quando alguém a reconhecia de nome... 

Não será um álbum tão virtualmente "perfeito" como os dois acima citados (faltará talvez um "flow" melhor entre canções; nem sequer se trata de um problema de remoção de temas, uma vez que merecem todos destaque, e ao mesmo tempo poucos se destacam por si só...), mas no que toca a álbuns perdidos/"emprateleirados", está certamente lá no topo. 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

The 80s - The Girl Pop Movement

Ao longo dos próximos tempos, ofereço o meu top daquela que permanece a minha década favorita para a música (e não só). Não é por acaso que os 80s são ainda hoje fonte de inspiração. Não conseguindo arrumar bem um top 100 decidi dividir a coisa por blocos. Começando então pelas senhoras, e pela pop maravilhosa que conseguiram criar. Eis as minhas 13 músicas "pop" favoritas interpretadas por mulheres (excluo aqui para já grupos "mistos" com mulheres vocalistas e artistas que ache que não se enquadrem no género pop - mesmo nos 80s...):


The Go-Gos - Our Lips Are Sealed



Madonna - Like a Prayer



Kate Bush - Running Up That Hill



Kim Wilde - Kids in America



Cyndi Lauper - Time After Time



Pat Benatar - Love is a Battlefield



Donna Summer - State of Independence



Laura Branigan - Self Control



Janet Jackson - Escapade



Neneh Cherry - Manchild



Chaka Khan - I Feel For You





The Bangles - Walk Like an Egyptian



Stevie Nicks - Edge of Seventeen




terça-feira, 15 de maio de 2012

Sobre "Bloom"





Existem dois tipos de artistas:
a) Artistas chamados "camaleão", que se transformam álbum a álbum, explorando novos sons à medida que vão construindo a sua carreira (PJ Harvey, David Bowie, ...);
b) Artistas que se colam desde cedo a um som ou movimento.

Geralmente, a crítica musical possui um chavão que diz claramente preferir artistas do tipo A, obscuros ou não tão obscuros (os dois exemplos acima citados são prova disso). E digo geralmente, porque de vez em quando existe um lapso de lógica, e a mesma crítica que deita abaixo certos artistas por se repetirem, aplaude no minuto seguinte outros artistas por explorarem o mesmo som até à exaustão...


Atenção: não vou com isto pedir à classe jornalística a coerência que eu próprio muitas vezes não possuo. Até porque, na minha óptica, a música (e a arte no geral) deverá ser o último sítio para se pedir alguma lógica, chavões aparte. A música é para se ser sentida. A música é pessoal. Tem sempre uma história por detrás de determinada canção ou artista para contar... E todos nós temos as nossas "discriminações" pessoais com artistas, convenha-se. É humano. 


O que se passa é que em "Bloom", quarto álbum de Beach House (uma das minhas novas bandas favoritas dos últimos anos, saliente-se!), o sentimento encontra-se muito... abafado. 


Acho que todos conseguimos admitir, ao fim de quatro álbuns, que os Beach House são uma banda do tipo B. Nada de mal com isso, diria eu. Afinal, há quem possa argumentar que algumas das melhores bandas da história da música pop-rock o foram (Cocteau Twins, Siouxsie and the Banshees, etc.) - bandas que em muitos casos estiveram na base da invenção do seu som! O problema é quando à repetição não se acrescenta minimamente nada. Zero. E "Bloom" infelizmente padece desse mal de ser uma cópia chapada e deslavada do predecessor "Teen Dream" e de um outro ainda pior - falta-lhe momentos que se destaquem no ouvido, o que nunca, nem mesmo nos seus últimos álbuns, faltou à banda escocesa liderada por Liz Fraser, convenha-se. É tudo muito linear. E se a dupla Victoria Legrand e Alex Scally continua a fazer música "bela", agora está a fazer a música que os seus detractores sempre os acusaram:  indutora de estados narcolépticos - o que os seus apoiantes agora apelidam de "subtil". 


"Dream pop"? Sem dúvida. Mas desta vez o sonho é claramente mais interno.

5/10
 

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