segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Hopeless Emptiness



A queda do sonho americano em plenos subúrbios é um tema já gasto hoje em dia, culpa ironicamente das inúmeras cópias que "American Beauty" gerou. 

No entanto, "Revolutionary Road" - também ironicamente uma adaptação de um romance escrito há praticamente meio século (logo antes desta vaga de suburbios e famílias/casais disfuncionais), mostra-se apto em filmar a queda de um sonho, abortado.

É um filme que consegue lidar com tamanho fardo, e remeter para um género melodramático de outros tempos. 

Foi injustamente categorizado como um simples filme de actores, ou então um reencontro das estrelas de "Titanic". 

É certo que o elenco (nomeadamente o duo Winslet e DiCaprio) é cada vez mais brilhante nas suas composições visto em retrospectiva, mas há que dar crédito a Mendes e sua equipa(banda sonora, fotografia, guarda-roupa e direcção artística saltam logo à vista),  por criarem um ambiente credivelmente asfixiante, ao ponto de não ser propriamente fácil entrar ali.

Não é por acaso que nos primeiros minutos, embora interessantes, sente-se que falta ali algo, tal como April sente. É no final que realmente nos apercebemos que aquela sensação de estar algo "off" se adequa assustadoramente à história daquela personagem. 

É um filme menos imediato que "Beauty", mais agonizante, deprimente, com menos margem para humor negro (embora ainda o tenha). Apesar da sorte menos feliz nos Oscars, onde arrecadou apenas 3 nomeações e espera-se que saia de mãos a abanar, este é um daqueles filmes que deverá ganhar com o tempo. Ou pelo menos assim espero. 

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