quarta-feira, 19 de março de 2008
Melodrama familiar em estado puro
"Ordinary People" . Estas duas simples palavras remetem-nos para uma sensação de normalidade. O que é afinal ser vulgar?
Nem todos temos o azar de passarmos pela difícil tragédia que é perder um irmão (ou um filho), felizmente. No entanto, e mesmo sem ter uma morte próxima e trágica na família, a figura de Conrad é-me bastante próxima, quer na sua depressão quer na maneira como se relaciona (ou se deixa de relacionar!) com o que o rodeia. Been there, done that. Talvez seja essa universalidade e identificação imediatas o autêntico trunfo de um filme como este. Ou de qualquer filme remotamente semelhante.
"Ordinary People" era apenas o primeiro filme do actor Robert Redford, mas depressa se tornaria um fenómeno, acabando por conquistar quatro Oscars da Academia no ano de 1981, batendo o então favorito "Raging Bull" de Martin Scorsese. Na minha humilde opinião, permanece não só o melhor trabalho de Redford como um dos mais justos vencedores de sempre do tão cobiçado prémio (e sim, melhor que "Raging Bull". Pronto, está dito.). Logo aqui, o actor tornado realizador demonstra um estrondoso talento em dirigir actores, arrancando pelo menos quatro "performances de carreira" (Donald Sutherland, Mary Tyler Moore, Timothy Hutton e Judd Hirsh, todos no seu melhor nível) - confirma-se aqui mais uma vez a teoria de que os actores conseguem dirigir melhor outros que um mero realizador. E depois tem um argumento que põe qualquer telenovela da noite da TVI a corar e a querer esconder-se.
Muitas vezes referenciado, mas raramente igualado, como se costuma dizer.
Nota de rodapé: ah, e o Timothy Hutton é muito cute nesta altura. Tinha que dizer isto... *cora*
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