terça-feira, 22 de setembro de 2009

The Hurt Locker



Indo directo ao assunto, "The Hurt Locker" é um excelente filme de guerra, certamente um dos melhores produzidos sobre a guerra do Iraque. 

E, acabando de uma vez por todas com qualquer preconceito que possa haver contra mulheres atrás das câmaras em filmes duros e sujos, a realizadora Kathryn Bigelow será a grande responsável por tal feito, escolhendo mostrar um lado ambivalente sobre uma guerra infernal, que gera tanto medo como vícios.

Para o soldado William James (um inesquecível Jeremy Renner), líder de uma equipa cuja missão é acima de tudo desmantelar bombas, sentimos que o seu dever tornou-se um vício em adrenalina.

O argumento do jornalista Mark Boal, que também já tinha sido autor da história para o filme "In the Valley of Ellah", e parece portanto perito no assunto, não tem um fio narrativo concreto (o que sabemos é que estamos no meio da guerra no Iraque e que faltam "x" dias para a equipa terminar a sua missão), sendo uma aglomeração de momentos, dias, situações perigosas que testam continuamente a força física e psicológica dos soldados. 

Para alguns, isso será um problema, mas Bigelow e companhia mantêm a acção e acima de tudo a tensão bem altas, de fazer a inveja a muito cineasta, e mesmo quando sentimos alguma vontade de olhar para o relógio, preocupamo-nos o suficiente com aquelas personagens e com os respectivos destinos. Melhor, são nesses momentos "sem acção" que a cineasta consegue trazer alguma humanidade e outras questões paralelas à mesa, mas ao mesmo tempo sem grandes sermões inseridos à martelada, como vem sendo hábito. Refrescante, sem dúvida. 

Se há alguns aspectos negativos a destacar, é alguma distracção e distanciamento que um "cameo" como o de Ralph Fiennes possa trazer (já Guy Pierce estará mais irreconhecível), pelo simples facto de ser mais conhecido e de pensar que se encontra algo desenquadrado no meio de algo que parece real e anónimo, e um ritmo mais lento que o habitual, mas que acaba por ser merecido. Acima de tudo, por muito esgotado que o espectador possa estar no final do visionamento, há a sensação de que este filme era de facto necessário, mesmo com a overdose nos últimos anos de cinema de guerra. 

Este não será o filme em cartaz mais fácil de se assistir. Mas não deixa de ser dos mais obrigatórios - até porque se suspeita que ainda dará muito mais que falar daqui a uns meses...

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