segunda-feira, 15 de setembro de 2008

"The queen, on top of the king"


Eis uma das múltiplas imagens que percorreram ontem o Parque da Bela Vista, palco onde mais de 75 mil pessoas assistiram ao concerto de Madonna.

Em primeiro lugar, uma nota para a incrível massa humana de uma magnitude que creio nunca ter testemunhado na minha existência. Este facto trouxe infelizmente o grande aspecto negativo do dia e da noite - a (des) organização e alguma impotência para fazer sair aquela gente toda da zona. O metro ficou bloqueado. Felizmente para este espectador, esse foi um facto menos agravante, uma vez que morava mesmo a dois passos do local... só que acabei por passar na pele o drama que foi arranjar um meio de transporte a certa altura, uma vez que não estava sozinho.

A abrir o espectáculo esteve Robyn, um nome muito menos conhecido do grande público, facto que se fez notar pela recepção algo amena. A cantora sueca esteve muito bem, contudo, e soube alternar os hits do seu último álbum (como o cada vez mais arrepiante hino "With Every Heartbeat" a encerrar a actuação) com temas passados como "Show me Love" e "Keep This Fire Burning". Foram cerca de 45 minutos que valiam para já a espera de horas que antecedeu o evento.

21h15m: chega mais um aspecto negativo... o tempo de atraso entre Robyn e Madonna foi uma hora (fora os abusos), o que fez com que os ânimos se fossem agitando. No ar paira também a sensação de injustiça entre os felizardos que conseguiram acesso à zona mais próxima do palco por terem chegado mais cedo e os que chegaram mais tarde à festa, graças a uma pulseira amarela (pulseira que também conquistei, mas preferi ficar ligeiramente mais atrás a fazer companhia a um amigo) Finalmente o grande momento chega, e Madonna surge sentada no trono que ainda hoje ocupa, ao som de "Candy Shop", curiosamente também o tema de abertura de "Hard Candy", o seu mais recente trabalho.

Com um espectáculo dividido em 4 partes, todas com o respectivo guarda-roupa e ambiente, aparições em formato de video dos artistas que ajudaram a produzir este doce, mais uma aparição "surpresa" de Britney Spears no ecrã durante a performance de "Human Nature"(que já não era surpresa para muitos, uma vez que a net e os outros media hoje em dia tratam de divulgar todos os pormenores do concerto), canções antigas com novos arranjos - esses sim, a surpreender, Madonna conseguiu provar em 2 horas porque é que continua no topo do seu jogo e porque é que a palavra "reinvenção" aparece tão associada ao seu nome. Ela ainda é a rainha, e sabe-o muito bem.

Momentos "chave"? Performances de três dos seus maiores sucessos: "Vogue", "Like a Prayer" e "Ray of Light", e "Give it to me", a fechar na perfeição com a ajuda do público; sem qualquer demérito para a restante escolha de temas, a selecção musical na secção"Old School" foi particularmente inspirada, com destaque para o trio "Into the Groove", "Heartbeat" e "Borderline", esta última em versão rock, como se uma cover tivesse sido feita recentemente pela própria Madonna. Até a componente étnica da terceira parte se tornou incrivelmente contagiante, e temas à partida menores e mais fáceis de gozar como "Spanish Lesson" resultaram em excelentes momentos ao vivo, relançando-os para a popularidade.

Magnífico espectáculo, sim senhor. E pronto, há aquela sensação de completude em ter visto finalmente Madonna ao vivo.
:)

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